
Exclusivo: FalleN fala sobre longevidade no CS2, novos talentos e sua visão sobre o cenário atual
Durante o torneio PGL Astana 2025, nossa equipe conversou com o veterano brasileiro Gabriel “FalleN” Toledo — um dos nomes mais respeitados da história do Counter-Strike. Em entrevista exclusiva, ele compartilhou reflexões sobre sua carreira após os 30 anos, os desafios da nova geração e a evolução do cenário competitivo.
— Olá, Gabriel! Antes de tudo, parabéns — foi uma grande partida. Você está no topo do CS há muitos anos. Quais são os maiores desafios de competir nesse nível após os 30 anos?
“Obrigado! O maior desafio para mim foi tentar levar outra equipe ao topo. Conquistei muito em 2016 e 2017 com o time brasileiro, e desde então venho tentando repetir esse sucesso com outras formações. Isso me ajuda a traçar novos objetivos e a assumir papéis diferentes — e eu gosto muito disso.”
— O que te motiva a continuar jogando profissionalmente mesmo depois de tantas conquistas?
“O que me motiva é a vontade de melhorar — como jogador e como pessoa — toda vez que subo no palco e jogo uma partida. Estou sempre procurando maneiras de jogar melhor e de causar um impacto maior dentro e fora do jogo. Hoje, meu novo papel também me ajuda a manter essa motivação.”
— O que você achou do torneio PGL Astana? E da atmosfera na cidade?
“Nunca imaginei que viria ao Cazaquistão para um torneio, então foi muito interessante estar aqui pela primeira vez com um jogador cazaque na minha equipe. Está tudo ótimo: o torneio é super bem organizado — a PGL sempre manda bem — e a cidade é incrível. Está tudo perfeito aqui.”
— Qual o papel dos veteranos na formação de novos talentos? Como jogadores experientes ajudam os novatos?
“Acho que podemos dar uma ou duas dicas, oferecer uma visão diferente do jogo e, o mais importante, servir de exemplo com nosso comportamento e trabalho. É assim que se pode ajudar quem está começando.”
— Que conselho você daria para jovens jogadores que querem construir uma carreira de sucesso?
“Acho que, se você quer seguir carreira no CS, primeiro precisa acreditar no seu sonho e entender se isso realmente é para você. Como em qualquer outro esporte — todo mundo quer ser como Neymar ou Messi — mas é importante saber se você tem talento.
Sempre digo para não se jogar de cabeça logo no começo, porque se não der certo, você pode se arrepender. Mas se não tentar, também vai se arrepender. Então não existe situação perfeita — tem que tentar.
No meu caso, eu sempre estudei, terminei bem a escola, trabalhava com minha família e jogava CS como hobby. Isso virou realidade quando entrei nos melhores times do país. Aí decidi terminar a escola, mas não continuar a universidade. O principal é ir passo a passo e ter outras opções na vida também.”
— Muito bom. E sobre a partida de hoje — quais foram as sensações?
“Foi uma partida excelente. Ficamos atentos ao desempenho do Molodoy diante da torcida local. A gente não sabia como ele reagiria em termos de jogo e comunicação, se ficaria nervoso. Mas, na minha opinião, ele jogou 10 de 10. Manteve a calma, jogou com confiança e mostrou do que é capaz.”
— E sobre o YEKINDAR? Ele é novo na equipe. Você acha que ele vai se adaptar rápido ou isso levará tempo?
“Acho que o YEKINDAR é um jogador sensacional, é muito fácil jogar com ele.
Ele tem um entendimento excelente do jogo, e a gente parece falar a mesma língua — lemos bem as situações, sentimos o tempo certo das jogadas, temos uma comunicação boa e até pensamos juntos nas estratégias.
Parece que somos irmãos, mesmo tendo começado a jogar juntos há pouco tempo. Dá a sensação de que estamos no mesmo time há anos.”
— E agora uma pergunta clássica: se você pudesse mudar algo no CS, o que seria?
“Removeria os cheaters. É um problema antigo, mas ainda prejudica quem só quer se divertir.
Seria o meu maior desejo: um CS livre disso.”
— Muito obrigado, e boa sorte!
“Obrigado, e boa sorte para você também!”